Micaías Ramos vem criando personagens um tanto quanto
diferentes (daqueles criados por outros quadrinistas nacionais), lhes dando uma
abordagem ultra-humanizada e criando dilemas mais realistas.
E embora isso possa parecer um problema para alguns, acaba
também se tornando uma vantagem para outros, afinal acaba sendo um produto bem
diferente (dos demais) no mercado de quadrinhos nacionais…
Ainda há uma espécie de conservadorismo muito grande no que
diz respeito ao papel dos super-vilões em quarinhos de super-heróis. Em boa
parte dos projetos nacionais, por exemplo, os vilões servem como mera escada
para a jornada dos heróis e não ganham espaço próprio. Para alguns, isso é uma
forma de não dar "exemplos negativos" para o público mais jovem.
Contudo, a Blue Comics foi inovadora nesse quesito, criando
o primeiro título voltado para super-vilões dentro de seu universo
compartilhado: Lótus Negra (gostaria de mencionar também o título Psycho,
criado por Micaías Ramos e ilustrado por Nícolas Santos, que conta a origem de
um super vilão).
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Logo do titulo Lótus Negra – Publicação Editora Blue Comics |
A grande marca do Universo Estendido da Blue Comics é
IDENTIDADE. Esse universo compartilhado
mostrou, em seus primeiros quatro títulos, que consegue cravar sua marca e se
tornar bem diferente dos seus concorrentes.
E isso se deve à ideia do "sombrio e realista". O
tom desses títulos é muito diferente de outras HQs de super-heróis, criando uma
perspectiva única para os fãs. Mesmo com a chegada de títulos mais
"alegres", como Billi Jones, o Universo Blue Comics ainda se mostra muito incomparável no que diz
respeito ao tom de suas HQs.
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Título Billi Jones – Publicação Editora Blue Comics |